terça-feira, 28 de junho de 2016

Sobre o filme Laranja Mecânica (1971) e nossas escolhas cerceadas



Não sou crítico de cinema, então, devolve o ingresso e pega seu dinheiro de volta se esperava encontrar argumentos super embasados na 7ª arte. Mas eu assisti ao filme Laranja Mecânica (A Clockwork Orange). Foi na segunda tentativa, por que na primeira eu não curti a fotografia do filme nos primeiros 12min (- fotografia? você não disse que não era crítico?). Dessa vez não desisti. 

O Wikipedia diz o seguinte sobre o filme:

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) é um filme anglo-estadunidense de 1971, escrito, produzido e dirigido por Stanley Kubrick, adaptado do romance homônimo de Anthony Burgess, de 1962. Emprega imagens violentas e perturbadoras que estão relacionadas com a psiquiatria, delinquência juvenil, gangues de jovens, e outros assuntos sociais, políticos e econômicos em uma Inglaterra futurista. Alex (Malcolm McDowell), o protagonista, é um sociopata carismático cujos interesses incluem música clássica (principalmente Beethoven), estupro e ultraviolência. Ele lidera uma pequena gangue de arruaceiros (Pete, Georgie e Dim) a quem ele chama de drugues. O filme narra os terríveis crimes de sua gangue, sua captura e a tentativa de reabilitação através do controverso condicionamento psicológico.

Me chamou atenção uma frase dita por um dos responsáveis pelo programa de reabilitação, algo mais ou menos assim "importa é que funciona". A frase foi uma resposta ao questionamento sobre a falta de liberdade de escolha que Alex viveria após o forte condicionamento do programa.

E eu fiquei me perguntando se não é isso que o Estado e uma parcela de sociedade quer de nós, que não tenhamos escolha. Impostos, manobras políticas, desvio de verbas públicas, limite de internet, programas populares assistencialistas, falta de investimento na educação, sistema carcerário em condições precárias, impunidade para muitos crimes, legislação que não abrange as causas LGBTs, tradicionalismo religioso, falta de segurança, hospitais sucateados. TUDO isso é para nos tirar a liberdade, para condicionar nossas escolhas à correntes políticas e propagar os discursos de ódio, a miséria, a alienação, a subsistência, o preconceito e a falta de oportunidades.

No filme, a música evocava no personagem principal imagens que ele ligava aos seus instintos violentos. Estou me perguntando o que nos evoca para lutar contra o que nos é imposto por muitas gerações.


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