terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Sobre a pseudo moral

Algumas pessoas realmente não conseguem lidar com a interpretação ou figuras de linguagem como a ironia ou o sarcasmo. Seja qual for o discurso ele só é entendido de maneira literal e recebido como afronta, desrespeito ou protesto. Quando você lida com arte é necessário transpor esse limite. É assim com a poesia, com o teatro, a pintura e também com o humor. Essa limitação interpretativa não permite o simples exercício de diferenciar uma crítica de um elogio. E se estende à todas as áreas facultativas do indivíduo. Ele estará condicionado à repetição de conteúdos e preconceitos, como um papagaio ou uma criança que repete as palavras que os adultos acham engraçado. O problema é quando isso se manifesta na censura. E os sintomas pioram quando isso vem em tons de idolatria. O sujeito dogmatiza uma figura ou instituição e determina assim a sua crença no infalível. O objeto idolatrado se torna intocável. E as vezes com requintes de ameaça ''divina''. É a sustentação de uma pseudo moral. É uma espécie de ética subserviente à um sistema que doutrina e torna todos iguais. Não se pode criticar, humanizar, questionar ou duvidar. Eu ousaria dizer que há nisso tudo um 'quê' de erotização. Um amor cego, burro e presunçoso. É um curral, onde o cabresto é proporcional a incapacidade de pensar fora da caixa.



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